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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Matéria sobre a Paraíba publicada no Jornal do Commercio de PE

*Os problemas da Paraíba **

**Publicado em 17.08.2010*

*Pedro Nunes Filho*




A Paraíba é um Estado economicamente promissor, tanto pela variedade de
suas regiões geográficas, quanto por seus recursos naturais. Entretanto, ao
longo de sua história, vem enfrentando muitos dilemas políticos. De uma hora
para a outra aparecem nuvens escuras nos horizontes políticos, prenunciando
tempestades. Tais conflitos trazem reflexos negativos para a economia do
Estado, que se arrasta, mesmo agora que o País vem dando sinais de
soerguimento econômico. Diferente é o vizinho Estado de Pernambuco que,
livre de resistências perniciosas, desliza veloz em correntezas saudáveis.

Sem querer ferir o brio dos paraibanos, trata-se de um Estado travado, a bem
da verdade, travado politicamente. Desde muito tempo, antes mesmo do
assassinato de João Pessoa - há pouco tempo revivido pela imprensa
pernambucana - incontáveis governadores paraibanos já haviam tido seus
mandatos interrompidos, ou por morte, ou por assassinato, ou por renúncia,
ou por cassação. Trata-se, portanto, de um Estado que apresenta uma vida
institucional instável, repleta de acidentes e marcada por algumas
tragédias. *



*Em razão de sua economia frágil e da falta de pujança do setor privado, a
sobrevivência da população torna-se muito dependente do empreguismo público.
Aí, começam as brigas, as dissensões, as puxadas de tapete, as traições, os
adesismos de última hora e outras mazelas prejudiciais à saúde do Estado.




*Por falar em adesismo, lembro que, até 1889, a Paraíba era monarquista
ferrenha, tendo o experiente político paraibano Silvino Elvídio Carneiro da
Cunha, Barão de Abiaí, declarado: "Quando mesmo a República domine em toda
parte, a Parahyba estará firme ao lado do throno!" Engano, senhor barão!
Engano! Tão logo se espalhou a notícia de que o imperador D. Pedro II havia
sido deposto e partira com a família real para Portugal, a Paraíba anoiteceu
monarquista e amanheceu republicana. De lá para cá é só o que se vê: cenas
de mimetismo político espetaculares. *



*Em decorrência dos impasses políticos, as lideranças cada dia mais se
fragilizam, os negócios do governo ficam passando de mão em mão, como se
fossem uma moeda de pouca valia, e os destinos do povo caminham em profunda
incerteza. *



*Cada incidente deixa um nó jurídico a ser desatado pelos tribunais e uma
ferida política aberta, pior ainda, sangrando. Um impasse ao lado do outro
não deixa espaço para se pensar em ações voltadas para desenvolvimento
econômico e o bem-comum do operoso povo paraibano. *



*Como nenhum grupo político cede, a briga se repete em ciclo vicioso,
prejudicando um Estado, cujo povo é batalhador e incrivelmente talentoso.

*



*Creio que é preciso e urgente uma reforma das consciências políticas para
mudar esse quadro. *

*» Pedro Nunes Filho é escritor *



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"A ordem universal frequentemente apresentada como irresistível é, todavia, defrontada e afrontada, na prática, por uma ordem local, que é sede de um sentimento e aponta um destino." M.S.

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